Tratamento de Autismo
O que é Autismo?
Entenda sobre o Autismo e suas Possibilidades de Tratamento
O Autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é classificado como uma condição de transtorno global, afetando predominantemente meninos. Os primeiros sinais costumam se manifestar a partir dos dois anos de idade, evidenciando dificuldades significativas na interação social. O diagnóstico é realizado por profissionais especializados, como pediatras ou psiquiatras, utilizando testes específicos e observação clínica.
Esta condição abrange uma variedade de manifestações, sendo caracterizada por perturbações no desenvolvimento neurológico. Os principais indicativos incluem dificuldades na comunicação, deficiências no domínio da linguagem e desafios na utilização da imaginação para atividades simbólicas. Além disso, é comum observar obstáculos na socialização e a presença de padrões comportamentais restritivos e repetitivos.
A boa notícia reside na crescente compreensão do Autismo, possibilitando o desenvolvimento de tratamentos adequados que promovem uma significativa melhoria na qualidade de vida dos pacientes, além de assegurar a defesa de seus direitos. Ao obter um diagnóstico precoce e implementar intervenções personalizadas, é possível potencializar os resultados positivos no manejo dessa condição neurodesenvolvimental. Entendemos a importância de promover a conscientização sobre o Autismo e contribuir para um ambiente mais inclusivo e informado.

Quais os Tipos de Autismo?
Tipos de Autismo segundo a CID-11: Entenda os Níveis de Classificação
Descubra os diferentes níveis de autismo de acordo com a CID-11, a Classificação Internacional de Doenças em sua 11ª revisão. A CID-11 categoriza o autismo em três níveis, variando de 1 a 3, refletindo as necessidades de suporte para o desenvolvimento da criança.
Nível 1: Autismo Leve – Requer pouco apoio.
Nível 2: Autismo Moderado – Exige apoio moderado.
Nível 3: Autismo Severo – Demandas significativas de apoio substancial.


Vale ressaltar que as designações de autismo leve, moderado ou severo são termos coloquiais destinados a facilitar a compreensão para cuidadores e tornar as informações acessíveis a diferentes níveis de familiaridade com o assunto.
A CID-11, desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é um manual essencial que proporciona uma linguagem comum para profissionais de saúde de diversas especialidades e países. Seu objetivo é facilitar a comunicação sobre transtornos, doenças, lesões e causas de mortalidade. Este manual inclui informações diagnósticas abrangentes sobre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Quais são os tratamentos para autismo?
8 tipos de tratamento para Autismo
1. Remédios
Descubra os principais remédios frequentemente prescritos no tratamento do autismo, visando abordar sintomas específicos identificados por profissionais de saúde especializados.
Entre esses medicamentos estão a:
- Risperidona
- Aripiprazol
- Melatonina
- Fluoxetina
- Sertralina
- Metilfenidato
- Clonidina
A administração desses remédios é personalizada, alinhada aos sintomas individuais, como agressividade, impulsividade, desatenção, dificuldade em lidar com frustrações, ansiedade, depressão e distúrbios do sono, conforme diagnosticado pelo médico.
É crucial ressaltar que, mesmo com o uso dos medicamentos recomendados, é essencial adotar estratégias complementares para aliviar os sintomas. Essas abordagens adicionais podem ser fundamentais para possibilitar, no futuro, a redução das doses ou até mesmo a suspensão gradual do medicamento. A busca por alternativas terapêuticas e a implementação de práticas que promovam o bem-estar são cruciais para um tratamento abrangente e eficaz do autismo. Consulte sempre um profissional de saúde para orientações personalizadas e seguras.
2. Alimentação
Garantir uma alimentação equilibrada é crucial para o desenvolvimento saudável de crianças com transtorno do espectro autista (TEA). Inclua em sua dieta uma variedade de alimentos como frutas, vegetais, cereais integrais, leguminosas e proteínas para promover o crescimento adequado e prevenir problemas como prisão de ventre, deficiências nutricionais e obesidade.
Dado que é comum que crianças com TEA recusem certos alimentos, é fundamental adotar estratégias específicas. Apresentações criativas dos pratos, criação de menus atrativos e oferecimento de opções para a criança escolher são medidas importantes. Essas abordagens visam tornar o momento das refeições mais agradável e facilitar a aceitação dos alimentos.
Aqui estão algumas dicas práticas para a alimentação no autismo:
- Variedade e Nutrientes: Certifique-se de oferecer uma ampla variedade de alimentos para garantir a ingestão de nutrientes essenciais.
- Criatividade na Apresentação: Apresente os pratos de maneira criativa, utilizando formas, cores e texturas atrativas para tornar a refeição mais interessante.
- Menus Personalizados: Desenvolva menus personalizados, levando em consideração as preferências da criança, incentivando uma maior participação na escolha dos alimentos.
Ao implementar essas estratégias, é possível criar uma rotina alimentar mais positiva, contribuindo para o bem-estar da criança com TEA. Lembre-se sempre de consultar um profissional de saúde para orientações personalizadas e seguras.

3. Fonoaudiologia
O suporte do fonoaudiólogo desempenha um papel crucial na melhoria da comunicação verbal de crianças no espectro autista. As sessões são projetadas para incluir uma variedade de exercícios que visam ampliar o vocabulário e aprimorar a entoação da voz. Além disso, estratégias envolvendo jogos e brincadeiras são aplicadas para cativar a atenção da criança durante o processo.
Aqui estão alguns aspectos importantes do acompanhamento fonoaudiológico no autismo:
- Desenvolvimento Vocabular: As sessões focam em atividades que estimulam o aumento do vocabulário, permitindo que a criança adquira e utilize novas palavras de maneira mais eficaz.
- Entonação Vocal: O fonoaudiólogo trabalha para melhorar a entoação da voz da criança, promovendo uma comunicação verbal mais clara e expressiva.
- Abordagem Lúdica: Utilização de jogos e brincadeiras como parte integrante das sessões, tornando o processo mais envolvente e atraindo a atenção da criança de maneira positiva.
Ao investir no acompanhamento fonoaudiológico, os pais e responsáveis contribuem significativamente para o progresso da comunicação da criança com autismo. Consulte sempre um especialista em fonoaudiologia para orientações personalizadas e um plano de tratamento adaptado às necessidades individuais da criança.
4. Musicoterapia
A Musicoterapia emerge como uma ferramenta valiosa para auxiliar crianças no espectro autista a compreenderem as emoções e fortalecerem sua interação com o mundo ao seu redor. Diferentemente do objetivo de ensinar a cantar ou tocar instrumentos, o foco reside na capacidade da criança em ouvir e expressar-se por meio dos diversos sons que os instrumentos musicais podem produzir, assim como através de movimentos de dança. Essa abordagem ocorre em um ambiente leve e descontraído, promovendo um espaço propício para o desenvolvimento.
Principais aspectos da Musicoterapia no contexto autista:
- Expressão Emocional: A música é utilizada como meio para a criança explorar e expressar suas emoções de maneira não verbal, contribuindo para uma compreensão mais profunda.
- Interação Sensorial: A experiência sensorial proporcionada pela música, juntamente com movimentos de dança, promove uma interação mais rica e significativa com o ambiente.
- Ambiente Descontraído: A abordagem acontece em um ambiente descontraído, proporcionando à criança um espaço seguro e confortável para se envolver e se expressar.
Ao integrar a Musicoterapia como parte do suporte terapêutico, os benefícios podem se estender para além da música, influenciando positivamente a comunicação, a expressão emocional e a interação social da criança no espectro autista. Para orientações personalizadas, é recomendável consultar profissionais especializados em Musicoterapia e autismo.
5. Psicoterapia
A psicoterapia, sob a orientação do psicólogo, desempenha um papel fundamental no tratamento do autismo. Essa abordagem terapêutica pode ser conduzida individualmente ou em grupo, com sessões programadas semanalmente. Especialmente eficaz na terapia comportamental, este método visa aprimorar as habilidades de comunicação e interação, proporcionando também estratégias para lidar com as dificuldades emocionais associadas ao espectro autista.
Pontos-chave sobre a psicoterapia no contexto do autismo:
Orientação Especializada: Sob a supervisão de um psicólogo qualificado, a psicoterapia oferece uma orientação especializada, adaptada às necessidades individuais da pessoa no espectro autista.
Formato Flexível: Pode ser conduzida individualmente ou em grupo, oferecendo flexibilidade para atender às preferências e requisitos específicos de cada caso.
Ênfase na Terapia Comportamental: A terapia comportamental se destaca ao focar no desenvolvimento de habilidades de comunicação, interação social e na implementação de estratégias para enfrentar desafios emocionais.
Ao integrar a psicoterapia como parte do tratamento abrangente do autismo, indivíduos e suas famílias podem obter suporte essencial para promover o bem-estar emocional e o desenvolvimento pessoal. Consulte um psicólogo especializado para orientações personalizadas e um plano terapêutico adaptado às necessidades específicas.

6. Terapia ocupacional
A terapia ocupacional emerge como uma componente valiosa no tratamento do transtorno do espectro autista (TEA), frequentemente associada à psicoterapia. Seu propósito principal é aprimorar a qualidade de vida e fomentar a autonomia por meio de tecnologias e atividades que incentivam a participação ativa do indivíduo. Essas intervenções visam não apenas fortalecer habilidades práticas, mas também facilitar a adaptação à sociedade e promover a construção da autoconfiança.
Pontos-chave sobre a terapia ocupacional no contexto do autismo:
Abordagem Integrada: Comumente integrada com a psicoterapia, a terapia ocupacional proporciona uma abordagem integrada e holística para abordar as necessidades individuais do paciente no espectro autista.
Estímulo à Autonomia: O foco está em estimular a independência e a autonomia, utilizando tecnologias e atividades que envolvem a participação ativa do indivíduo no processo terapêutico.
Promoção da Adaptação Social: Atividades planejadas visam não apenas melhorar habilidades práticas, mas também facilitar a adaptação do indivíduo à sociedade, contribuindo para uma maior integração social.
Ao incorporar a terapia ocupacional como parte integral do tratamento, é possível potencializar os benefícios relacionados à autonomia e qualidade de vida para indivíduos no espectro autista. Recomenda-se a consulta a profissionais especializados para orientações personalizadas e um plano terapêutico adaptado às necessidades específicas de cada pessoa.
7. Psicomotricidade
A psicomotricidade, quando direcionada por fisioterapeutas especializados, oferece uma abordagem eficaz para aprimorar a coordenação motora e o controle dos movimentos. As sessões são projetadas para envolver a criança em uma variedade de jogos e brincadeiras, visando não apenas o desenvolvimento físico, mas também aspectos cognitivos e emocionais.
Principais pontos sobre a psicomotricidade:
Orientação Profissional: Fisioterapeutas especializados orientam as atividades, garantindo uma abordagem personalizada e segura para cada indivíduo.
Jogos e Brincadeiras: Durante as sessões, uma diversidade de jogos e atividades é empregada para tornar o processo mais envolvente, promovendo o desenvolvimento tanto da coordenação motora quanto de habilidades cognitivas.
Foco no Controle de Movimentos: A psicomotricidade visa aprimorar não apenas a coordenação motora, mas também o controle preciso dos movimentos, proporcionando benefícios abrangentes para o desenvolvimento global.
Ao incorporar a psicomotricidade como parte integrante do tratamento, é possível promover o desenvolvimento motor e cognitivo de forma lúdica e adaptada às necessidades individuais. Recomenda-se a orientação de fisioterapeutas especializados para garantir uma abordagem eficiente e segura.
8. Equoterapia
A equoterapia, terapia com cavalos, destaca-se como uma abordagem eficaz para aprimorar diversos aspectos, como a coordenação motora, o controle da respiração e a autoconfiança em crianças autistas. Ao interagir com o animal, a criança experimenta melhorias na reação de endireitamento do corpo, contribuindo para avanços físicos e emocionais.
Principais pontos sobre a equoterapia:
Coordenação Motora: A interação com o cavalo proporciona estímulos que favorecem o desenvolvimento da coordenação motora, promovendo movimentos mais precisos e controlados.
Controle da Respiração: Durante as sessões, a criança pratica o controle da respiração, contribuindo para benefícios físicos e emocionais.
Desenvolvimento da Autoconfiança: A equoterapia é reconhecida por sua capacidade de fortalecer a autoconfiança, proporcionando à criança um ambiente seguro e estimulante.
Com sessões geralmente variando entre 30 minutos e 1 hora, a equoterapia oferece uma abordagem terapêutica única e adaptada às necessidades individuais. Consulte profissionais qualificados para garantir uma experiência segura e benéfica para a criança autista.
Tratamento de Autismo: Entendendo Cobertura, Recursos e Processos Legais
Quando se trata do tratamento do autismo, é natural que surjam dúvidas sobre cobertura pelo plano de saúde, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre os procedimentos legais em caso de negação ou dificuldade de acesso aos tratamentos necessários. Abordaremos essas questões com clareza, fornecendo orientações úteis para quem busca ajuda.
1. O plano de saúde deve cobrir o tratamento de autismo?
De acordo com a Lei dos Planos de Saúde (Lei nº 9.656/98) e a Lei do Autismo (Lei nº 12.764/12), os planos de saúde são obrigados a oferecer cobertura para o tratamento do autismo. Isso inclui consultas médicas, terapias (como ABA, TEACCH, entre outras), medicamentos e demais procedimentos necessários para o acompanhamento e desenvolvimento do paciente.
2. O SUS deve cobrir os tratamentos para autismo?
Sim, o SUS também deve garantir o acesso ao tratamento de autismo, conforme determina a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo. Os serviços oferecidos pelo SUS podem variar de acordo com a região e a disponibilidade de recursos, mas é importante buscar os centros de referência e unidades especializadas para obter orientação e assistência.
3. Quando o tratamento para autismo é negado, o que fazer?
Se o tratamento necessário for negado pelo plano de saúde ou pelo SUS, é fundamental buscar orientação jurídica especializada. Existem recursos legais que podem ser utilizados para garantir o acesso aos serviços e tratamentos prescritos pelos profissionais de saúde.
4. Meu plano de saúde disse que o tratamento não está coberto pelo contrato. O que fazer?
Nesse caso, é importante verificar se o contrato do plano de saúde está em conformidade com a legislação vigente. Caso o tratamento para autismo esteja previsto na legislação, mesmo que não conste no contrato, o plano de saúde pode ser obrigado a cobri-lo. Consulte um advogado especializado em direito da saúde para analisar o caso e buscar as medidas necessárias.


5. O médico indicou diversas terapias que o plano de saúde não possui rede credenciada ou não disponibiliza na exata forma prescrita. O que fazer?
Nesse cenário, é possível buscar alternativas viáveis. Uma opção é solicitar ao plano de saúde a autorização para realização das terapias com profissionais não credenciados, mediante justificativa médica. Se o pedido for negado, é possível recorrer judicialmente para garantir o acesso às terapias prescritas.
6. Como conseguir liminar para tratamento de autismo?
Para obter uma liminar que garanta o tratamento de autismo, é necessário ingressar com uma ação judicial, representado por um advogado especializado. A liminar pode ser concedida de forma rápida, assegurando o acesso imediato aos tratamentos enquanto o processo judicial tramita.
7. Posso ser prejudicado ao entrar com uma ação contra o plano de saúde?
Embora exista receio quanto a retaliações por parte do plano de saúde, é importante ressaltar que a legislação brasileira protege os direitos dos consumidores de serviços de saúde. Entrar com uma ação contra o plano de saúde é um direito legítimo e não deveria resultar em prejuízos ao beneficiário.
8. Dicas para reunir a documentação necessária e fortalecer sua ação judicial
- Mantenha todos os documentos médicos atualizados, incluindo relatórios, prescrições e laudos diagnósticos.
- Guarde todos os comprovantes de solicitações e negativas de cobertura pelo plano de saúde ou pelo SUS.
- Busque orientação jurídica especializada para avaliar a viabilidade da ação e reunir a documentação necessária.
9. Um processo na Justiça costuma demorar muito?
O tempo de duração de um processo judicial pode variar conforme a complexidade do caso, a demanda do Judiciário e outros fatores. No entanto, em casos de urgência, como no tratamento do autismo, é possível obter liminares que garantam o acesso imediato aos tratamentos enquanto o processo tramita, acelerando o processo de resolução.
Em resumo, o tratamento do autismo deve ser garantido pelo plano de saúde e pelo SUS, conforme determina a legislação brasileira. Em casos de negativa de cobertura ou dificuldade de acesso aos tratamentos necessários, é fundamental buscar orientação jurídica especializada para defender os direitos do paciente e garantir o acesso aos serviços de saúde adequados.